sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Os Trabalhos de Escravos de Ganho


A pintura, chamada de “Vendedoras de Pão-de-Ló”, pintada em 1826 pelo pintor francês Jean-Baptiste Debret, mostra algumas das imagens que o pintor viu na sua visita no Brasil, entre 1816 e 1831. Em muitas de suas pinturas, Debret retrata escravos, e nesta, em especial, mostra escravos de ganho.


Os escravos ou escravas de ganho vendiam produtos feitos por eles mesmos. Os produtos eram geralmente caseiros ou produzidos em lavouras ou pelos próprios escravos. Em troca da mão-de-obra, os escravos receberiam metade dos seus ganhos em um dia de vendas, enquanto o resto do dinheiro seria entregue para seu dono. Alguns dos produtos vendidos eram confeitos, salgados, frutas, café, caldo-de-cana, sucos, entre outros.


Na pintura de Debret é retratada duas escravas de ganho vendendo pães-de-ló de porta em porta. Os escravos estão descalços para representar sua inferioridade perante os brancos. Os escravos usavam roupas simples e carregavam bandejas grandes, quase cheias com a mercadoria. Mais ao fundo podemos ver outros escravos carregando as mesmas bandejas na cabeça. Há algumas construções em volta, como a casa da garota branca e mais residências ao fundo.


Há também um escravo que não está vendendo pães-de-ló e que também está descalço. Usa roupas mais elaboradas, como um chapéu. Ele está carregando um cajado consigo, em que pode-se ver uma corneta de chifre amarrada. Ele parece fazer um pedido de pães-de-ló (talvez para seu senhor) para uma outra escrava.


Há além dele, outra pessoa comprando pães-de-ló: uma garota, aparentando ter sete ou oito anos, vestindo um vestido branco.

Os escravos de ganho eram diferentes dos outros escravos, pois tinham mais liberdade. Seus trabalhos geralmente eram mais leves do que os trabalhos dos escravos normais, apesar de que ainda sim seus trabalhos eram difíceis. Além disso, eles ganhavam parte do lucro das vendas dos produtos e poderiam até comprar uma “Carta de Alforria”, caso o dono aceitasse, por uma quantia de dinheiro consideravelmente alta.


Autores: Vítor de Lima Caçador, João Gabriel Porto Pereira e Antony Malagoli Cabral.


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